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Arbitragem em São Paulo

Ultimamente tenho notado um nível crescente de críticas à respeito da arbitragem aqui em São Paulo. Depois de muito ouvir tais criticas fiquei curioso para ver se era só a reação exasperada de alguns atletas que diziam terem sidos “lesados” pela má atuação da arbitragem, ou se tais reclamações tinham fundamento. Como eu não posso me dar ao luxo de ir aos campeonatos apenas para ficar assistindo as lutas resolvi pesquisar em vídeos da internet.
Considerei tanto vídeos individuais publicados no Youtube, como vídeos do Programa Caminho Suave e separei para analisar, apenas o período de 2009. Posso até estar muito enganado, mas o que percebi foi que muitas….MUITAS lutas não estão tendo progresso no solo. Estranhamente diversas lutas com plenas condições de desenvolvimento da técnica de solo foram interrompidas com o comando MATE no instante em que os atletas foram ao solo.

Resolvi separar este aspecto em particular, pois tenho muitos amigos judocas, bem como muitos amigos praticantes de jiu-jitsu também. Dos meu amigos do jiu-jitsu ouço ouvir que a diferença entre as duas modalidades é que uma é de luta no solo e outra em pé. E eu sempre tentei conversar e convence-los do contrário. Tanto é que as lutas de Jiu-Jitsu iniciam-se em em pé e o judô como bem sabemos possui uma gama de técnicas de solo.

Não estou com este texto tentando influenciar nada nem ninguém. Estou apenas expressando a minha opinião e buscando maior conhecimento. Gostaria sinceramente de contar com a colaboração de vocês tanto para um saudável diálogo como para que eu possa obter mais um aprendizado neste esporte que eu tanto gosto. Espero de alguma maneira ainda que em pequena escala ter colaborado com o judô.

Gostaria que todos votassem na enquete abaixo.

Forte abraço a todos.

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  1. 25 de setembro de 2009 às 0:50

    Listadas no Katame Waza, temos 10 técnicas dentro do Ossae Komi Waza, 6 técnicas dentro do Kansetsu Waza (apesar de que se não em engano ao menos uma é executada de pé) e por fim 14 técnicas dentro do Shime Waza. Em resumo, cerca de 30 técnicas de solo. No go kyo, são 5 séries com 8 técnicas cada, ou seja, 40 técnicas. Tirando de lado as inúmeras variações e algumas técnicas não listadas tanto no Katame Waza quanto no Go Kyo, acho que consegui ilustrar bem que a quantidade de técnicas é muito parecida.
    Abordando agora um outro ponto, é importante lembrar que o Judô veio basicamente do Ju Jutsu e foi responsável indiretamente através do “Conde Coma” pela criação do Jiu Jitsu. Indiretamente porque foi ele quem ensinou aos Grace as técnicas utilizadas hoje no Jiu Jitso.
    Tendo tudo isso em mente, detecto um grande problema hoje no Brasil e provavelmente no mundo. Para distanciar o Judô do Jiu Jitso e de outras artes marciais, o Judô tenta ao máximo utilizar em campeonatos apenas as técnicas executadas em pé. Ótimo, só que isso na minha visão é um grave erro.
    A intenção do sensei Jigoro Kano com o judô, sempre foi a de criar um esporte completo voltado à educação física e espiritual do indivíduo e populariza-lo. Quando temos uma situação como a atual no Brasil onde o Jiu Jitsu ficou caracterizado como uma arte marcial utilizada por gangues para brigas de rua e vales-tudo, ao invez do judô que conserva toda a tradição milenar japonesa passada pelo sensei Jigoro Kano, abraçar essa enorme gama de atletas mal orientados e transforma-los em indivídos mais dignos e corretos, o judô se elitiza e se afasta de uma arte marcial com tantas semelhanças para não manchar o seu bom nome.
    Em resumo, pode parecer que eu fugi do assunto, mas não, na minha opinião é exatamente esta a causa e a consequência das mudanças com relação à arbitragem que vemos hoje.
    O judô tem hoje uma grande oportunidade de se mostrar como uma ótima resposta à violência desnecessária que vemos diariamente ser chamada de esporte (e para ser mais claro, não estou falando especificamente do jiu jitsu, mas dos vales-tudo e MMA’s), e uma maneira de fazer isso seria se aproximando do jiu jitso e dos seus bons atletas (porque existem bons atletas em qualquer lugar, a despeito de qualquer preconceito). Não faz por um motivo muito simples, diferente do sensei Jigoro Kano, hoje, os diligentes deste esporte não se preocupam mais com as pessoas que estão fora do esporte (isso quando se preocupam com quem está dentro, né!?). Ou seja, esqueçam tudo o que ouviram falar sobre JITA-KYOEI, essa filosofia foi descartada há muito tempo. Lamentável.

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